sábado, 12 de janeiro de 2013

Desejo-pintura digitald e João Werner e poema de Clevane Pessoa



Somos micro-seres antes os macróbios deuses, 
de todos os tempos, em todas as raças e lugares,
sujeitos às suas paixões 
à mercê  de seus melhores desejos 
e piores vinganças.
Zeus, por exemplo, descia do Olimpo,
cisne ou touro branco
e outras formas 
e seduzia mulheres por quem se apaixonasse.


Hoje, ainda somos , 
de alguma forma  inexplicável,
atingidos pelo desejo espetacular 
desses colossos.
Em vão temos trabalho, sonhos, ideais e metas:
se um deles quer nos provocar, 
roubar deste Planeta, não medirá consequências, 
pois elas  afetam apenas nossa humanidade:
eles sentem-se a maior, ad aeternum, 
donos de um Poder milenas.

E quem somos nós perante as intempéries, 
a violência das águas quando rebelam-se, 
ao desolamento das secas, 
à indiferença dos tufões, 
à crueldade do fogo insensato,
à cegueira das doenças 
que atingem dos inocentes aos ditadores?

Estranho ter de reconhecer esse poderio.

Terrível ter de admitir
que a bela palavra "desejo"
pode ser instrumento 
de destruição 
e saber
que somos impotentes 
-mesmo os mais corajosos,
 mesmo os mais santos,
mesmo as crianças.

E nesse mundo hodierno,
nem sabemos por onde andam ,
de onde nos mandam tantas misérias -ou porque não nos deixam escolha de data 
para deixarmos a Terra.

Só nos resta a conformação
-traço bem humano ,
mas que nos alimenta a impotência 
e reafirma nossa pequenez.

Clevane Pessoa, interpretando tela de João Werner.
Belo Horizonte,Mg, Brasil - 12/01/2013


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