quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes: Clevane Pessoa (O Anjo, a Rosa, o Beija-flor)

Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes: Clevane Pessoa (O Anjo, a Rosa, o Beija-flor):                        Um dia, a rosa mais olorosa do jardim, sempre cuidada por um pequeno ser de luz- amante de sua beleza inefável, mã...
><


Clevane Pessoa (O Anjo, a Rosa, o Beija-flor)

                       Um dia, a rosa mais olorosa do jardim, sempre cuidada por um pequeno ser de luz- amante de sua beleza inefável, mãos pacientes e cuidadosas, a afofar e regar a Terra, arrancar ervas daninhas e afastar as formigas, mesmo sujando-as ou ferindo os dedinhos leves-recebeu a visita fremente de um beija-flor. Este, tão pequeno quanto o outro, mas dono das asas que ele não possuía e um bico que podia extrair o nectar precioso, encantou a pequena rosa orvalhada...

                      O anjinho luminoso, observando toda a perfeição daquilo, o encantamento do beija-flor batendo as asas centenas de vezes a equilibrar-se no ar, a cumprir um ciclo vital, um equilíbrio necessário na Natureza, resolveu ir embora, para não sofrer mais... Para sempre. Doía-lhe muito porque outro cuidava de sua flor, agora. Mas apenas quem ama verdadeiramente é realmente capaz de renunciar... Afastou-se de vez,-e então, abriu-se nele um par de asas luminosas, por ele desconhecidas, mas presentes desde que nascera para amar- e foi então que, travestido em um colibri de arco-íris nas asinhas vibráteis, ele pôde reaproximar-se da rosa que o reconheceu, no momento exato em que ela fenecia, pois tinha a vida efêmera, arrependida de não ter conseguido reconhecer a tempo toda a dedicação de quem cuidara de si desde que abrira as pétalas pela primeira vez...Agora era muito tarde...O que precisa ser feito em amor, não deve ser adiado, nunca...É preciso ser ousado para viver plenamente o momento amoroso...E então, a flor se foi...

                     O anjinho beija-flor,porém, por representar Eros, tinha o dom da eternidade e foi assim que ele descobriu outras rosas, outras flores e seguiu através dos séculos a cultuar o AMOR...

Fonte:
Clevane Pessoa de Araújo Lopes/Brasil,no e-book "Pequenas Histórias em Atos"-Ensaio Poético da AVBL,organizado por Maria Inês Simões

Nenhum comentário:

Postar um comentário