Poemário de Clevane Pessoa de Araújo Lopes-hana haruko: Milenar-Clevane Pessoa: MILENAR Vendou os olhos para compreender a cegueira da outra pessoa. Ralou os joelhos quando caiu de joelhos, para orar por quem lhe jog...
MILENAR
Vendou os olhos para compreender a cegueira da outra pessoa.
Ralou os joelhos quando caiu de joelhos, para orar por quem lhe jogara pedras.
Aproveitou e semeou a terra áspera e negra, com sementes de um embornal antigo.
Deu o braço para quem se dizia inseguro para caminhar sozinhas.
Abriu a bolsa e entregou suas últimas moedas a quem parecia carente
e era apenas oportunistta olhou para trás e flagrou a beneficiada
rindo de sua pretensa ingenuidade.
Entrgou às nanosferas de paz e de bondade, essas almas mesquinhas e oportunistas.
Chorou pérolas de sua memória arcaica, quan do foi peixe.
Sentiu saudades do mar.
Descalça, entreteceu com sisal sandálias fortes e continuou sua caminhada.
cabelos soltos, pés rosados, mãos em leques de dedos sinalizadores.
A intuição batia ao mesmo compasso de seu coração sofrido.Mas cantava!
Hoje,milênios depois, voltou à aurora do ponto onde o desgosto erguera
um montinho de pedras.
Elas estavam transformnadas em fósseis preciosas.
Olhou para um pouco além e encantada, viu
que a sementeira explodira em flora variada.
Correndo com a alma de criança, foi lá e colheu braçasdas de flores,
tonta de aromas inesperados.
A pele recuperou-se, o sorriso abriu-se num grande barco.
Ele projetou-se até ao rio dos sonhos e das esperanças.
Depositou suas braçadas de flores.
E remou, vendada ainda, plen ade energias revigorantes..
Queria seguir apenas suas intuições e seus instintos.
Não queria enxergar as malagradecidas personas sobre o rosto das malvadas.
Não viu que elas andavam pelas margens sem coragem de enfrentar as ondas.
Que lhe estendiam as mãos qual antigamente, querendo roubar-lhe tudo.
Até o verbo.
Criaturas belíssimas a aguardavam.
Os instintos a levaram sem esforço, à ilha de Avalon.
E ao descer, sentiu que docemente a desvendavam.
e a levaram entoando cânticos ao solstício de primavera.
As flores que colhera, e que semeara há séculos, milagrosamente, multiplicaram-se.
Todos os espaços cobriram-se de pétalas, sépalas , folhas e galhos aromaticas.
A festa da bem aventurança começara.
Estava do outro lado , noutra dimensão, sem que pudesse mais ser atingida!
Clevane Pessoa.
In "Ad maiora natus sum"
Nenhum comentário:
Postar um comentário